Este blog tem a pretensão de ser um espaço democrático destinado à publicação de textos, informações, artigos científicos, divulgação de eventos e comentários a respeito dos campos da Educação do Campo de Senhor do Bonfim e região, com ênfase aos estudos e conhecimentos pedagógicos locais. O blog é coordenado pelo Prof. José Carlos R.Feitosa (reisfeitosa@hotmail.com), a partir do exercício de sua função como educador e estudioso do fazer pedagógico. Sejam bem vindos!

segunda-feira, 27 de março de 2017

NOTA PÚBLICA DO MST SOBRE A OPERAÇÃO CARNE FRACA E A CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

1. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra manifesta ao povo brasileiro o seu posicionamento diante das denúncias envolvendo o Agronegócio e o modelo de produção agropecuário movidos apenas pela lógica do lucro máximo e imediato.
A irracional e crescente degradação ambiental, a exploração intensiva de força de trabalho assalariada, a monopolização do território e despovoamento do interior do país, além dos crimes contra os povos indígenas, quilombolas, pescadores e camponeses, caracteriza o modelo de agronegócio, cujo mercado capitalista impulsiona ou desacelera a produção em face da demanda global.
2. A produção agropecuária baseada na monocultura extensiva e no uso intensivo de agrotóxicos, destrói a biodiversidade, contamina os solos e as águas, alteram as condições climáticas e envenenam os alimentos da população brasileira.
Para garantir e ampliar seus privilégios o agronegócio financia as eleições da bancada dos parlamentares mais reacionários, a “ bancada do boi”, responsável pelo retrocesso na legislação dos direitos sociais, trabalhistas e de preservação ambiental.
3. O golpe em curso no país, resultante de um conluio entre a Polícia Federal, Ministério Público, Poder Judiciário e meios de comunicação de massa, liderados pela Globo, atenta brutalmente contra os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, e dos bens naturais, entregando essa riqueza para o mercado e as empresas transnacionais, num forte ataque à soberania popular.
4. As denúncias da operação da Polícia Federal denominada Carne Fraca servem como argumento para reafirmar as contradições do Modelo do Agronegócio, principalmente em relação à saúde humana e à destruição ambiental. Defendemos que as empresas envolvidas sejam punidas e responsabilizadas.
5. Denunciamos que mais uma vez a conta está sendo paga pelas trabalhadoras e trabalhadores da agroindústria da carne, expostos à precarização imposta pelas empresas, e que agora com as denúncias sofrem com as demissões em massa.
6. Denunciamos o conluio entre a mídia e o governo golpista para escamotear o processo de corrupção entre as empresas do agronegócio e os fiscais do Ministério da Agricultura (MAPA). Exigimos que que seja investigada a apropriação privada desse Ministério pelo Agronegócio!
7. Reafirmamos nosso projeto de Reforma Agrária Popular, a produção de alimentos saudáveis, o respeito à diversidade dos povos e a defesa dos bens naturais. Combateremos sem tréguas o modelo de produção do agronegócio e seguimos na defesa de um modelo de desenvolvimento para o campo, baseado na cooperação agrícola, agroecologia e na soberania popular.
8. Com a força crescente do apoio popular, seguimos denunciando que o Agronegócio mata, envenena e sequestra o Estado Brasileiro! Nenhum Direito à Menos! Fora Temer! Diretas Já!
Direção Nacional do MST 25/03/2017

domingo, 26 de março de 2017

Não solte seu monstro! Uma análise dos suicídios em Campo Formoso e Senhor do Bonfim

                                           Por: José Carlos Reis Feitosa- M.e em Educação
          Quando se é criança, imaginamos que existem bruxas, dragões, fantasmas e que somos apenas crianças que devemos ser protegidos de todos esses monstros. Ao crescermos percebemos que muitos destes monstros só existem em nossa imaginação e que com o tempo concluímos que também existem monstros vivos por todas as partes e às vezes os identificamos como sendo os próprios homens. O pior deles em alguns casos somos nós mesmos.
        Muitos passam sua vida toda e nunca chegam a essa conclusão.
          Sim, existe um bicho adormecido dentro de cada um de nós. E o melhor a fazer é exercitar um controle sobre ele. A questão é que cada dia fica mais difícil dominar esse monstro, pois tudo que se faz de moderno corrabora na sua liberdade. Tão bom quando outrora sem tantas mídias tecnológicas e sem tantas redes sociais tínhamos mentes muito mais sadias que as de hoje.
          Fomos evoluindo e ficando cada dia mais dependente de máquinas e independentes dos demais seres humanos, nos tornamos artificiais e essa foi a brecha para esses monstros existentes dentro de cada um encontrar portas abertas para se apresentarem com mais força na modernidade.
          O monstro mais temido por todos, podemos chamá-lo de monstro do suicídio. Sim, pois esse é o único que tem o poder e as armas para destruir sua própria prisão que é o corpo de cada um de nós aqui apresentada como nossa consciência, nossa razão.
          A partir do momento que nos desvencilhamos da razão, de nossa consciência, perdemos a verdadeira caracterização que nos faz humanos.
          Sublinhando uma realidade mais próxima de libertação desse monstro. Observamos enquanto educador de jovens uma prática bastante acentuada nos últimos anos nas regiões de Senhor do Bonfim e Campo Formoso.  Isso nos preocupou  bastante.
          Ficamos a questionar o porquê de tantas pessoas darem liberdade a esse monstro, sobremaneira os jovens.
          Um tema bastante difícil de abordar é o suicídio. É tão complicado que segundo alguns especialistas na questão, até falar com os jovens sobre, já pode instiga-los a cometer. Por conta disso, este texto esta mais direcionado aos colegas professores e aos pais de alunos da nossa região.
          Enquanto educador, especializado em uma pedagogia Histórico-crítica da Educação, nos propusemos a refletir de que forma poderíamos tratar do assunto em que a prática social dos conteúdos pudessem chegar aos educandos, sem causar uma incitação á conduta e assim contribuir com a reflexão e a minimização dos dados estatísticos, principalmente em Campo Formoso e Senhor do Bonfim.
          Partindo dessas afirmativas, nos deparamos com alguns questionamentos:
1º) Porque tem aumentado tanto o número de suicídios em Campo Formoso e em Senhor do Bonfim?
2º) Porque dos casos ocorrido de suicídios e um numero maior é de jovens?
3º) O que as Instituições Escolares vêm fazendo para ajudar os jovens de nossa região nessa problemática?
4º) O que a sociedade civil e o poder público estão fazendo?
          Advertimos que não temos respostas prontas e cientificamente comprobatórias, são apenas pontos de vista desse humilde professor pesquisador que se respalda em falácias de alguns psicólogos e nas pesquisas documentadas em sites de busca.
Em primeiro analisaremos a questão do desejo de querer acabar com sua própria vida a partir de várias causas. Citamos algumas:
·         Depressão 
      (Doença psíquica considerada o mal do século que te faz querer fugir do convívio humano).
          A tristeza toma conta do ser, o isolamento e a fraqueza do corpo se acentuam tornando o indivíduo inicialmente escravo desse monstro para em seguida o libertar, Menezes (2015) afirma:
É uma doença cruel, dolorosa e insidiosa, que leva o hospedeiro a ter vontade de pedir ajuda para tomar banho, pentear cabelos e escovar os dentes: ela leva embora a energia vital presente em cada um de nós, transformando tarefas simples como se alimentar em tarefas complicadas como erguer um monumento. É uma máxima: não há beleza na depressão.
Muitas vezes os incentivos não geram resultados, todo e qualquer esforço falha ou parece falhar, e a desistência se apresenta como a única saída viável. Após a idéia da desistência, criar raízes firmes, a idealização do grand finale, o suicídio, parece se formar na mente do doente, límpida e nítida como uma pintura ou até mesmo como um filme.
          Assim também é importante descobrir as causas dessa doença como o desemprego, a perda de um ente querido, uma decepção amorosa, etc., pois também pode desencadear logo à prática do suicídio, quando não conduz à depressão que conseqüentemente acordará o monstro do suicídio.
·         Preconceito 
   (Decepção por não ser igual aos outros - Há uma campanha pelas mídias de que você nunca será perfeito diante dos outros).
          Neste mundo da era tecnológica, há uma criação de vários padrões de beleza e de perfeição instituído por aqueles que se acham melhores que os demais, e se expor torna-se cada dia mais necessário para uma manutenção do ser melhor que o outro, estamos cada dia mais num mundo de aparência do que de realidade. Segundo Meleiro(2016):
Jovens imersos em redes sociais como Facebook ou Instagram assistem a retratos de vidas fantásticas. Internautas tendem a selecionar posts que exibam suas melhores conquistas e construir cuidadosamente imagens coloridas de suas vidas. Por comparação a vida de quem assiste a esse espetáculo parece pior, principalmente quando surgem problemas.
·         Uso de Drogas
          Usar drogas nos dias atuais parece ser cada dia mais comum, desde o uso de álcool em festas até o uso de alucinógenos, anfetaminas, etc. Há campanhas para a liberação da maconha, o acesso a outros tipos esta cada dia mais fácil, a impunidade impera nos que trafica, gerando uma onda de violência e insegurança e toda a população. Por conta disso, o número de usuários aumenta a cada dia.
          De acordo com a professora Botega (2016):
“pessoas suicidas tendem a se envolver em comportamentos autodestrutivos, como o uso de drogas sem moderação. ‘Assim como o álcool contribui para a violência contra o próximo, ele pode desencadear violência contra si mesmo”.
          Imaginemos as drogas mais fortes e suas potencialidades na prática dessa violência.
·         Falta de uma prática de fé (espiritualidade)
          Hoje nos deparamos com apenas o excesso de materialismo, a falta de clareza sobre o certo e errado, a sensação de vazio, de falta de prazer e sentido pra vida.
          Observamos que as famílias numa maioria não mais se preocupam com o ensino religioso nas catequeses, as instituições educativas foram proibidas de apresentarem filosofias religiosas e ser religioso hoje passou a ser motivo de vergonha para muitos.
          A falta de espiritualidade é a ausência de ligação, indiferença e o fato de nem ao menos nos importarmos com isso. Daí o pensamento de acharmos que a vida não tem sentido não tem valor se efetiva, conduzindo o ser a libertar o monstro do suicídio que esta dentro de cada um.
          Então o que justificaria o crescente aumentado do número de suicídios em Campo Formoso e em Senhor do Bonfim?
          Realizamos um levantamento através de sites sobre o tema e constatamos que nos últimos 20 anos, nos dois municípios, tiveram o quantitativo de 54 suicídios conforme demonstramos no gráfico abaixo:
Fonte: sites pesquisados pelo autor
          Senhor do Bonfim se aproxima dos 60 % dos casos, durante esses últimos 20 anos, entretanto temos que considerar que a população de Campo Formoso é menor, então é possível que esses dados se aproximem um pouco nos dois municípios analisados.
          Senhor do Bonfim traz um histórico bastante triste nesta temática, até um prefeito já cometeu suicídio o Sr. Jonas Alves Costa no ano de 1996.
         Vamos analisar os últimos cinco anos:
Fonte: sites pesquisados pelo autor
          Deparamo-nos aqui, com uma realidade bem mais próxima nos dois municípios, levando novamente em consideração a diferença populacional de ambos, ou seja, Campo Formoso avançou em número de casos.
          Também queremos destacar aqui, algo que nos chama atenção, enquanto educadores. O crescente número de jovens que buscam dar fim as suas vidas nestes dois municípios.
          Os dados apresentados acima citados, dizem respeito ao público geral, mas afunilando para uma nova análise o que está ocorrendo com nossos jovens?
  
Fonte: sites pesquisados pelo autor
          De todos os casos de suicídios de 2002 a 2017, constatamos que Campo Formoso teve o dobro de casos de jovens, comparando a Senhor do Bonfim, isso é preciso analisar com mais afinco pelos órgãos públicos que governam essa cidade para assim intervir na realidade.
          Estes municípios por estarem localizados predominantemente em áreas rurais são considerados municípios rurais e no geral acabam sendo desprovidos de iniciativas de desenvolvimento por não serem tão vistos diante dos holofotes midiáticos.
         Aqui acrescento que, em ambas as cidades, não conhecemos aplicações de políticas públicas voltadas aos jovens como deveriam. Precisamos que as escolas destes municípios, além do conhecimento formal, gerem capacitação e profissionalização aos professores e estudantes com a concepção de uma educação do campo, no e para o campo e não urbanocêntrica. Que os poderes públicos desenvolvam incentivos aos esportes por meio do apoio aos atletas, construção de centros esportivos e parques e tamm a inclusão digital para tirar nossos jovens da ociosidade.
          Acabam que sem terem o que fazer, devido aos poucos atrativos, nossos jovens se limitam a frequentarem apenas festas que em sua maioria, movidas ao uso do álcool e das sicas que endeusam esses monstros que existem dentro de cada um, tipo “metralhadora”, “A santinha perdeu o juízo”, “me libera nega”, com nomes de bandas não muito convencionais a exemplo “La Fúria” ou “Vingadora”, ou seja, tudo fazendo apologia à violência, corroborando a degradação do que a cultura foi um dia. E nossos jovens, vítimas desse horror, não tem outras opções a não ser ingerir essas porcarias da atualidade e quem mais agradece é o monstro do suicídio.
         Esses posicionamentos também nos leva a pensar sobre o porquê de o número de jovens que cometem suicídio hoje, ter aumentado mais que os adultos. Afirma Fabio (2016):
“O suicídio tem crescido entre as causas de mortes de jovens até 19 anos no Brasil. Em 2013, 1% de todas as mortes de crianças e adolescentes do país foram por suicídio, ou 788 casos no total. O número pode parecer baixo, mas representa um aumento expressivo frente ao índice de 0,2% de 1980”.
         Enquanto que, adultos, pais de família e trabalhadores já possuem experiências de vida, os jovens precisam de uma atenção maior, pois se encontram ainda em processos de formação, por esse fato tornam-se mais vulneráveis a soltarem o monstro de cada um.
          Sobre a postura dos sistemas educacionais, acreditamos que ainda não se faz presente ações pedagógicas que venha de encontra a essa necessidade e também nas Unidades Escolares e seus Projetos Políticos Pedagógicos ainda não contemplam ações que possam ajudar os jovens estudantes de nossa região nessa problemática, bem como a sociedade civil, igualmente ainda não despertou para essa realidade.
          A psicóloga Doutora em educação, que defendeu a tese: A Escola Como Espaço de Prevenção ao Suicídio de Adolescentes, Célia Maria Ferreira da Silva Teixeira, afirma que a atitude dos colégios, tem de mudar. Segundo ela:
Mais do que o tema morte, o suicídio é um tabu para todos os setores da sociedade, inclusive nas escolas, que deveriam ser parceiras nesse combate. "Pelo contrário, as escolas ignoram", diz.
Diante desses esclarecimentos cabe a nós educadores trazer esse tema em pauta.
          Se desejarmos uma sociedade com menos monstros do suicídio soltos, precisamos incorporar em nossas práticas cotidianas, no fazer pedagógico, não somente um olhar para nossos jovens, mas atitudes práticas.
          Precisamos estudar, conhecer mais nossos alunos, nossa comunidade, e de posse desses conhecimentos permitir a socialização e a efetivação do trabalho educativo que nada mais é que de acordo com Saviani (2003, p. 13), é o “ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”.
          Percebemos então que devemos considerar as temáticas que interage em nossos meios como conteúdos necessários à formação e ao desenvolvimento do educando no contexto da prática social, só assim contribuiremos para o desenvolvimento e a transformação das funções elementares de nossos alunos em funções superiores dando-lhes condições de destruírem esse citado monstro do suicídio ou pelo menos nunca acordá-lo.
          Chega de justificar que não sabemos lhe dar com o assunto por medo ou tabu, vamos estudar a temática e nos preparar melhor para esse grande desafio que é a eliminação desses monstros em nossas cidades. Fica a dica.
          O suicídio é a terceira causa que mais mata jovens no Brasil, perdendo somente para drogas e acidente de trânsito.
Sites pesquisados:



segunda-feira, 13 de março de 2017

14/03/2017 Ano Letivo de Campo Formoso ainda não começou e professores esperam por solução



Depois da Luta o que acontecerá?
Por José Carlos R Feitosa


Depois da Guerra - Oficina G3
Vejo ruínas de uma guerra
Mais uma guerra por nossas mãos
As armas foram as palavras
A vaidade, a motivação

Feridas que sangraram a alma
A fé de muitos se perdeu
Um dia irmãos, hoje inimigos
Matou-se o amor que um dia nos fez um

Quem vencerá?
Uma guerra entre irmãos
Uma guerra perdida
Quem perdera?
O povo escolhido
Um povo ferido

Quebradas foram as alianças
Palavras que trouxeram divisão
Pregadas, cantadas, faladas
Por muitos que diziam ser irmãos

Feridas que sangraram a alma
A fé de muitos se perdeu
Na cruz o exemplo nos foi dado
Onde ficou o amor que nos fez um

(Vejo ruínas de uma guerra
Mais uma guerra por nossas mãos)

Será que estamos em um ring de luta?
Depois da Luta o que acontecerá?
De um lado o governo de Campo Formoso, eleito pela maioria do povo inclusive por centenas de  professores sindicalizados.
Do outro lado professores que precisam matar um leão por dia para vencer as mazelas de seu oficio, mas mesmo assim contribuem para a sociedade campoformosense ser o que é hoje.
Por um lado trabalhadores, que precisam pagar suas contas e voltar ao trabalho pelo menos com sua dignidade viva.
Por um lado um grupo de profissionais que foram eleitos para lutar por nossos direitos e assim fazer atuar como verdadeiros militantes do bem estar social da comunidade.
Todos extremamente importantes para o futuro deste formoso município.
Professores que fizeram historia e fazem.
Políticos que pode fazer muito por todos nós.
É preciso buscar a sabedoria daquele que não veio pra medir forças, mas veio para promover a união entre os povos. Só Jesus na causa!
Nesta luta travada desde o dia 01 de janeiro de 2017 todos já perdemos.
Professores passaram por vexames, constrangimentos, ficaram sem férias, sem descanso psicológico.
Em fim, desejamos que logo tudo isso acabe e nossa tarefa profissional venha se concretizar ao lado de nossos alunos.
Estamos decepcionados, tristes, nervosos, e isso não será nada bom para nossos estudantes.
Será que não somos mais importantes? Será que não precisam mais dos professores?
Um professor afeta a eternidade; é impossível dizer até onde vai sua influência.”- Henry Brooks Adams
Uma coisa simples desejamos apenas nossos salários de dezembro.
Será que realmente não podem nos pagar?
Se a intenção era dividir nosso salário, já foi dividido, pois já passaram praticamente três meses que estamos esperando. Se a intenção era dividir se já tivessem pagado uma parcela em janeiro outra em fevereiro e outra em marco, talvez já tivéssemos recebido tudo, agora porque não nos pagam? Preferem esperar uma decisão judicial para fazer o que é obrigatoriedade?
Isso não é justo.
Nós professores não estamos lutando. Isso não é uma disputa de forças !
Essa não pode ser considerada uma luta por nós, pois luta tem vencedores e perdedores nos já fomos derrotados desde o inicio do ano onde contávamos com nossos salários e nada recebemos.
Precisamos entender que “A melhor maneira de lutar contra o terrorismo não é com armas. É com canetas, livros, professores e escolas.” - Malala Yousafzai.
Uma guerra desleal porque mais de quinze mil alunos não tiveram o prazer de verem seus professores descansando e repondo suas energias para prosseguir no ano seguinte felizes e satisfeitos com seus trabalhos. Estão ainda esperando o inicio de suas aulas.
Essa luta é desleal porque todos estão perdendo.
Alunos sem aulas, obrigados a estarem nas escolas todos os sábados do ano onde muitos não terão condições.
Professores terão de repor aulas ate que se completem os 200 dias letivos.
Pais que ainda não estão vendo seus filhos na escola.
As escolas não estão fechadas por conta da falta de professores, isso precisa ficar bem claro é a falta de respeito, de valorização do professor pela falta de pagamento de nossos salários de dezembro.
Sociedade alienada é aquela que não valoriza a escola e seus professores. E ainda por cima nossos atos são confundidos por atos merecedores de repudio só porque adentramos a sede do poder executivo pacificamente. afinal estamos num país democrático ou não?
Manter escolas fechadas e desfavorecer a formação e a continuidade da democracia!
Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”- Anísio Teixeira.
Ainda tenho esperança no bom senso dos gestores embora já estejamos em desespero:
“A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.”-Victor Hugo